Os níveis de poluição lançados no ar diariamente estão se mostrando alterados quimicamente em Manaus e em toda a floresta amazônica. Essa alteração observada tem o poder de influenciar de forma negativa a formação de nuvens na região, com menos chuva e mais incidência de luz solar na área da floresta. Isso também influencia de forma ruim o processo de fotossíntese produzido em toda a região da floresta.
As notícias lançadas sobre o assunto foram divulgadas em 28 de setembro de 2019. Os dados sobre a alteração química na atmosfera de Manaus e região da floresta foram levantados por um grupo de pesquisadores alemães e norte-americanos, incluindo o apoio dos brasileiros. O GoAmazon 2014/2015 é uma iniciativa científica não governamental com envolvimento internacional que tem o objetivo de estudar e documentar mudanças ocorridas na atmosfera na região do Amazônia.
“Estamos buscando compreender a transição atmosférica que vem ocorrendo nas últimas décadas na região da floresta amazônica. O valor base que utilizamos para dizer se a qualidade do ar está boa ou ruim é extraído de antes da industria existir. As alterações atmosféricas atuais na Amazônia são baseadas nesses valores.”, explica Henrique Barbosa, professor do IF-USP (Instituto de Física da Universidade de São Paulo).
Em março deste ano, um grupo formado por 36 cientistas do GoAmazon publicaram um artigo científico na Nature Communications dizendo que a região da floresta amazônica passou a demonstrar níveis elevados de poluentes tóxicos não observados antes. Por mais que a atmosfera da região seja considerada uma das regiões com os melhores índices de ar limpo do mundo, dados recentes apontam que esse cenário está mudando rápido. O grupo de cientista contou com a presença de oito brasileiros durante a pesquisa.“Quando observamos a região ao redor de Manaus, município cercado por mais de 1.500 quilômetros de mata preservada, observamos que a poluição urbana produzida pela cidade tem impacto na atmosfera da floresta. A ação do vento carrega os poluentes atmosféricos da cidade para a floresta. Isso faz com que as chuvas e o processo fotossintético natural da floresta seja influenciado de forma ruim pelos poluentes gerados próximo da floresta”, explica Barbosa.