Conforme projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC ), as vendas do comércio varejista em decorrência da Páscoa (que, este ano, será no dia 12 de abril) devem cair em torno de 31,6% este ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Tradicionalmente, a Páscoa (e os dias que correspondem à Semana Santa ) é um dos momentos mais importantes do comércio brasileiro. A estimativa da CNC para 2020, contudo, é que a ocasião consiga somar na economia apenas cerca R$ 1,598 bilhões em faturamento no varejo — em 2019, esse valor ficou em torno de R$ 2,336 bilhões.
“Esse cenário inimaginável, no início do ano, decorre basicamente das atuais restrições ao consumo por conta do isolamento social que reduziu dramaticamente o fluxo de consumidores nas lojas”, explicou o estudo da CNC. As medidas de isolamento social são indicadas pelo Ministério da Saúde como a forma mais eficaz de contenção da pandemia de coronavírus (COVID-19) que atinge o mundo todo — elas foram adotadas por governos estaduais e municipais de todo o País no combate ao agravamento da situação.
“Os efeitos da pandemia de COVID-19 restringiram dramaticamente o fluxo de consumidores nas lojas. Há registro de quedas de 35% no comércio de rua e de 50% nos shopping centers ao longo do mês passado [março]”, disse o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
De acordo com o economista da CNC, Fábio Bentes, responsável pelo estudo, também atingem a economia e as vendas do varejo na Páscoa — além das medidas de isolamento social — efeitos secundários da pandemia, como é o caso da subida do dólar e da aversão ao crédito, por parte do consumidor, para consumo de produtos não essenciais.
Se, de fato, as estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo forem confirmadas, essa queda nas vendas e no faturamento do setor varejista no período da Páscoa e da Semana Santa será a primeira desde a recessão de 2014 a 2016 (foram registradas quedas de 1% no ano de 2015 e de 4,2% no ano de 2016).